OLHAR DINÂMICO - Liderança e Integridade
Lidorio, Ronaldo
Liderança e Integridade / Ronaldo Lidorio. – 1. Ed. – Minas Gerais: Betânia, 2008, 112p.
O reverendo Hernandes Dias Lopes
prefacia o livro dizendo que a vida de Ronaldo Lidório está vinculada à sua
pregação, afirma que o livro legitima suas credenciais e que seu estilo revela
habilidade de comunicação.
O objetivo do livro é levar o
leitor a reflexão sobre o presente estado da alma com base em Sl 139.23,24.
Ronaldo mostra que a busca pelo
reconhecimento público atrairá a pessoa para valorização de resultados em
detrimento da fidelidade, a prestigiar mais os títulos que intimidade com Deus,
a pagar mais pela eloquência do que pela integridade.
Levanta o seguinte problema:
Quais são os critérios que Jesus julga na vida do cristão? Elabora comentários com
base na citação de Charles Kerman: “Nada do que tocamos é eterno” para
responder a questão.
Ronaldo afirma que os seres humanos
são fabricantes de máscaras, e por outro lado a integridade se aplica a retidão
de espírito de forma que o homem depende de Deus para purificar o coração. Para
ele nenhum homem levará sua reputação além de seu caráter. Explica que ser
sincero é ser sem disfarces, é reconhecer a verdade de modo que a integridade é
atitude que vai além da sinceridade.
A integridade deve perdurar na inconstância
A inconstância humana é uma das
inimigas da integridade. Ronaldo incentiva a crer no governo absoluto de Deus cujo
caráter é firme e imutável e buscar humildade para administrar as perdas em
situação de pecado, sofrimento e críticas. Um líder é medido por suas reações.
Se as ações demonstram planejamento, as reações valores. Longanimidade torna-se
o elemento necessário em momentos críticos.
A integridade é vista nos detalhes
Os detalhes revelam a integridade
de um homem. O pouco prova, bem como expõe. A espontaneidade da informalidade
de uma pessoa expõe com clareza o que ela é.
A integridade deve se traduzir em atitudes
Atitudes que constroem um caráter
íntegro:
Calar-se, descubra o valor do silêncio. Não combater, nem se
defender, apenas continuar a fazer a obra de Deus. Investimento é aprender
ouvir.
Não negociar a verdade, é ter coragem para dizer sim ou não com
verdade nos motivos que nos levam a agir e reagir.
Assumir responsabilidade, ficar do lado da verdade demandará
assumir responsabilidade. Integridade espiritual e moral estão intimamente ligadas
em assumir responsabilidade pelas próprias atitudes e pelos próprios erros após
passar pelo quebrantamento.
Aprender com os erros, Faz parte de a integridade lutar com
finalidade de não repetir os mesmos erros. Os erros existem para serem
analisados, compreendidos a fim de que se tornem oportunidade de conserto,
crescimento e amadurecimento.
Cuidar do próprio coração, Deus não sonda relatórios e sim
corações; Deus não chama ao sucesso, chama à fidelidade. O caráter é a verdade
real e a reputação apenas sombra que poderá enganar. A verdade sobre o homem
está guardada em seu coração onde Deus sonda. Ideal seria priorizar a melhoria
do caráter.
2 - A BUSCA PELA INTEGRIDADE –
DENUNCIANDO O PECADO
A humildade é sinal de maturidade
cristã e dependência de Deus. A busca pela integridade denuncia o pecado.
A presença de Deus ameniza a imperfeição a imperfeição do cristão
Com base em Gn 17.1 Ronaldo
indica que a caminhada com Deus aponta imperfeições humanas e chama o leitor a
vida de santidade para ser cheio do Espírito Santo.
A vida devocional dará o alimento
diário a combate o pecado.
Alguns líderes cristãos veem no
ministério uma barreira para prática devocional. A melhor parte é estar com
Jesus, é senti-lo saciar a alma para que a vida não seja apenas um ritual. O
estudo da bíblia expõe o pecado e revela a verdadeira religião de Deus.
Encontra alimento espiritual quem procura sair da posição de vítima da situação.
A fuga
A fuga é um comportamento mental
que leva a pessoa a distanciar-se internamente do problema, é distanciar-se da
verdade racionalizando o pecado. Ideal é buscar a presença de Deus, dar nome ao
pecado para trata-lo de frente com seriedade.
A hipocrisia
Dois sinais denunciam a
hipocrisia: Julgar o próximo e a arrogância que menospreza o diálogo. O
legalismo é a maquilagem de pessoas vazias.
A postura bíblica perante a tentação
Calcado em Ne 1.3,4; 2.1-6,
Ronlado explica que Neemias sofreu três tipos de ataques: O primeiro vocacional
em que ele reagiu reafirmando perante Deus seu compromisso de vida, ele manteve
seu chamado acesso no coração. O segundo foi emocional, o plano era aterrorizar
Neemias... Ele, porém leu a Palavra para avivar sua alma. E o terceiro foi
espiritual, foi enviado um profeta Neemias para leva-lo a abdicar de seu
objetivo... Os piores problemas da igreja veem dela mesma, Neemias discerniu no
espírito a intenção do profeta. Tendo vencido esses ataques Neemias foi submetido
a mais uma prova: A moral. Foi acusado de corrupção e radicalizou.
A diferença entre o pecado e a enfermidade psíquica.
Não é sensato confundir atitude
pecaminosa com enfermidade psíquica: O pecado é um processo que precisa de
quebrantamento e de perdão, a enfermidade requer compreensão, tratamento e
cura. Primeiro passo é identificar se o problema é psíquico ou moral, segundo
oferecer a ajuda certa. Ambos os casos deverá ser tratado com os especialistas
da área, quanto melhor identificada melhor será a recuperação. Sugere-se livrar-se
da ansiedade e da angústia para não cair em depressão e desenvolver mente
realista com base na verdade. A intenção é encorajar a buscar nas atitudes,
postura proativa na contramão da depressão, conversar sempre consigo mesmo e
com Deus.
3 – INTEGRIDADES NOS
RELACIONAMENTOS
Geralmente as pessoas são
tratadas de acordo com aquilo que pesam dela. Com base em Pv 17.17 é sugerido
que o líder tenha pelo menos três amigos sinceros que possam apontar-lhe erros:
Ser amigo produzirá amizades.
Integridade nos relacionamentos demanda amor
A igreja é capaz de apregoar
espiritualidade sem praticar amor. O amor deve deixar marcas, ser prático,
notável, visível e paciente. O amor prova a espiritualidade. Tudo que é oposto
ao amor torna-se evidente. Amar é processo de aprendizagem e desapego.
A integridade nos relacionamentos requer uma avaliação justa
A avaliação interpessoal é um dos
piores problemas na integridade nos relacionamentos, uma vez que as pessoas
utilizam razões desleais para avaliarem aqueles que o cercam. A maneira como se
verifica o mundo ao redor está profundamente ligada à auto avaliação. Tanto a
auto avaliação quanto a avaliação do próximo deve ser efetuada com base na justiça
de Cristo.
Integridade nos relacionamentos se baseia na humildade
A humildade é o elemento que
equilibra o senso crítico dos relacionamentos íntegros.
Nem tudo naqueles que nos cercam
deverá ser confrontado, especialmente quando estamos na liderança de um grupo.
Confrontar poderá ser sinal de imaturidade ou falta de sabedoria. Um coração
humilde mantém o espírito aberto ao ensino. A humildade inspira. Ao desenvolver
a humildade construirá também relacionamentos mais íntegros.
Integridade nos relacionamentos pressupõe investimento pessoal
O autor utiliza At 2.43 para
enfatiza que o processo mental e as convicções racionais precisam estar influenciados
pelo valor do evangelho o que produzirá pessoas capazes de investir nos
relacionamentos, viver em comunhão e transformar a sociedade. Coração generoso
e aprendizado mútuo são marcas da comunidade dos separados para Deus.
Integridade nos relacionamentos nos ajuda a lidar bem com a crítica
Crítica é uma forma devastadora
de se opor a uma liderança. Sofre-se mais quanto atacado pelos da própria casa.
Ao ser alvejado pela crítica calar-se é a primeira saída, é impossível para uma
pessoa aprender aquilo que acha que sabe. É possível, por outro lado, que a falha
seja mais visível ao outro que nós. Às vezes a crítica injusta é um elogio
disfarçado. Três atitudes referentes às críticas são importantes: Avaliar a
crítica para extrair veracidade; Lidar com ela de forma definitiva e não tornar
um crítico.
4 – A INTEGRIDADE NA FAMÍLIA
O lar é o primeiro desafio e onde
se deve investir mais energia para a construção de bons relacionamentos. A
ideia é tornar-se um modelo para os de perto.
Ser um modelo para os de perto
O trabalho de um ministro está em
todo lugar, especialmente em casa. Essa dinâmica não deve sobrecarregar a
família. Os filhos são bons sinalizadores se o trabalho vai bem ao ministério.
A construção do outro
Nasce do desejo de investir em
quem está ao seu lado. No matrimônio duas metades se unem para formar um
inteiro, não importa o que faça é importe investir na construção do conjugue.
O caminho da cumplicidade
Crescimento mútuo demanda
igualdade na vontade de ajudar um ao outro. O segredo é transformar os desejos
opostos em desejos compartilhados.
Fidelidade Conjugal
A infidelidade conjugal é mais
ampla que a infidelidade sexual. Infidelidade conjugal é não ser fiel aos votos
declarados perante Deus, é perder a cumplicidade, amor e companheirismo.
Orienta-se a procurar ajuda em caso de conflitos será o caminho, não é tarde
para recomeçar ou recuperar aquilo que se perdeu se houver disposição mútua.
Planejamento estratégico
A integridade na família começa
colocando-a diante de Deus. Um líder precisa planejar os rumos para sua
família. Conselhos: Investir na qualidade e quantidade das relações será
essencial; Tenha um sonho familiar compartilhado; Inicie rapidamente o processo
de restauração; seja sacerdote do lar; Invista diariamente no desenvolvimento
de uma boa comunicação; Converse sobre a vida sexual. A integridade na família
desafia a ser um modelo para os de perto na construção do outro com a
finalidade de combater a infidelidade.
5 - INTEGRIDADES NA LIDERANÇA
Ronaldo utilizou a seguinte
expressão: “Muitas vezes nos impressionamos com homens e ministérios que não
impressionam a Deus” do Dr. Russell Shedd para fundamentar a afirmativa de que
não existe possibilidade de influenciar pessoas em áreas que não se
experimentou.
Integridade na visão
Um líder segundo a Palavra para o
ministério é diferente de um para o mercado.
A pessoa precisa verificar o que
define seu trabalho ministerial, se está agindo dentro da vocação e do proposto
de Deus pra ela. Integridade de visão é a convicção que o líder tem de que o
ministério que executa está no propósito de Deus. Padece-se mais pela falta de
visão do que pela falta de recurso. O líder não deve se moldar a tendência do
momento e deixar corromper o propósito de Deus no ministério.
Grandes oportunidades poderão ser
as piores armadilhas para o ministério.
Integridade na influência
Liderar é influenciar pessoas.
Uma boa gestão contará com líderes gerentes ou se cercará de pessoas que tenham
esses dons para atingir objetivos reais.
Integridade na vida diária
Saber disciplinar a própria vida
diária para direcioná-la a Deus com sabedoria é um dos mais difíceis desafios.
O ideal é retirar as máscaras, mostrar a realidade com a finalidade de combater
mentiras e enganos.
Simplicidade da vida diária
O homem é por natureza
desequilibrado e complexo, a simplicidade vem como fruto espiritual para domar
o coração. Geralmente aqueles que aplaudem ou criticam conhecem pouco o
aplaudido. A felicidade está em Deus e se revela em ambientes de simplicidade.
Relacionamentos duradouros
Uma das perdas mais chocantes na
integridade de vida e da liderança é ausência de relacionamentos mais
profundos. Jesus, ao liderar, liderava com amizade. É hora de resgatar a
teologia mais relacional do que utilitária. O cristão será orientado para
comunhão em Cristo Jesus, para lutar contra o sentimento de superioridade e
exercitar o espírito de humildade.
Cuidado com a ansiedade
Um dos piores erros da liderança
cristã e tentar realizar a obra de Deus sem os recursos de Deus. Neste sentido
a responsabilidade e a expectativa serão ingredientes que alimentarão a
ansiedade. O cansaço limita as atividades do corpo e ansiedade limita as
atividades da alma. É bom discernir entre o que cansa daquilo que tira a paz;
entre o cansaço de dentro e o cansaço de fora. A fé em Deus desativa a
ansiedade, que nada mais é que uma momentânea fraqueza de espírito.
Integridade perante as tentações
Amadurecimento é elemento chave
para vencer lutas. A imaturidade torna a pessoa vulnerável às tentações da
carne, do mundo e do Diabo.
A tentação da auto suficiência
Uma pessoa autossuficiente será
facilmente reconhecida por não gostar de prestar contas, subordinação e
incrível dificuldade para pedir ajuda. Pessoas humildes se afirmam em Cristo,
contam com a avaliação das pessoas e não esperam uma queda para reconhecer o
erro.
A tentação do poder
O poder exerce fascínio na
humanidade enganando muitos que procuram segurança. Para testar o caráter de
alguém dai-lhe poder. Um dos efeitos mais carnais do poder será quando
utilizado para perseguição pessoal. Aquele que não se sente pronto para lidar
com poder deve declinar até que se sinta pronto.
A tentação das riquezas do mundo
O dinheiro atende a tudo, mas
ama-lo será a raiz de todos os males. Ministério não se negocia e comparações
só atrasará. Existe mais aprendizado no aperto do que na ambulância. Quem toma
decisões não deve ter as chaves do cofre. O contentamento com bens e posse é
relativo ao contexto e ao coração grato
Conselhos operacionais para um líder
Faça uma clara distinção entre
problema e conflito
Avalie um possível líder de
acordo com a capacidade de resolver problemas e solucionar conflitos;
Não confronte tudo;
Mantenha em mente que investir em
pessoas é uma ação de médio e longo prazo;
Tenha em mente a visão geral e os
poucos elementos não negociáveis;
Desenvolva amigos na equipe que
tenham a liberdade para lhe apontar erros;
Não procure agradar em tudo;
Procure não atrapalhar;
Pondere sobre o custo/benefício
entre a instituição e as pessoas;
Enfraqueça sua liderança em
momentos tranquilos a fim de que novas lideranças surjam;
Fortaleça sua liderança em
momentos de crise para que o essencial no trabalho seja mantido;
Leve a equipe a assumir
sacrifícios pastorais, investindo em pessoas para que o caráter de todos seja
forjado de acordo com o amor, e não apenas pela justiça;
Procure ser um exemplo nas três
principais áreas: tolerância, iniciativa e amor;
Trate cada membro de acordo com
seu perfil e habilidade;
Descubra o potencial dos líderes
de sua equipe;
Lembre-se de sua missão perante a
instituição;
Lembre-se de sua missão perante
pessoas;
Não terceirize o pastoreio, e não
permita a mobilização de grupos contra um indivíduo;
Defenda o fraco para que não se
quebre;
Identifique os líderes em
potencial;
Mantenha-se perto de todos, mas
especialmente dos novos e dos enfraquecidos;
Seja pastoreado;
Não instrua abusivamente;
Prepare a equipe para funcionar
bem com pouca liderança.
CONCLUSÃO
É possível ouvir e aceitar, sem,
entretanto, experimentar uma só palavra na prática e assim fazer parte da sociedade
teórica.
O desafio não é apenas o de chegar
ao conhecimento, antes de amadurecer e ser transformados, de reproduzir os
ensinamentos no próprio modo de viver e experimentar a integridade que denuncia
o pecado, que relaciona bem com pessoas e que lida bem com dinheiro e o poder.
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